Violência Doméstica
"Como saber se um aluno é vítima de maus tratos? O que faço para garantir sua integridade física e emocional?"
Esse problema, infelizmente, é muito comum em escolas públicas e particulares. Na maioria das vezes, o agressor é alguém da familía. "A criança precisa aprender com palavras e atitudes de compreensão, não com tapas e humilhações", diz Maria Amélia Azevedo, coordenadora do Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo. Mas existem outras formas de violência. A psicólogia envolve ameaças e humilhações. A falta de carinho, de higiene e até alimentação adequada também deve ser denunciada. E a pior de todas é o abuso sexual, que deixa marcas para toda a vida.
COMO IDENTIFICAR
A criança maltratada fisicamente apresenta:
- Manchas roxas pelo corpo (desconfie de manchas nos olhos, na boca, nas nádegas, nos orgãos genitais ou no peito)
- Queimaduras no rosto, nos braços, não mãos, nas nádegas, nas plantas dos pés, causadas por cigarro, água ou óleo fervente;
- Feridas na boca, nos labios e nos olhos e ainda o desenho caracteristico de uma dentada de adulto na pele.
A criança que sofre violência emocional pode:
- Ter problemas para brincar com os colegas;
- Ter medos exagerados;
- Sentir-se muito triste;
- Afastar-se das pessoas;
- Apresentar atitudes autodestrutivas;
- Apresentar baixo rendimento escolar.
COMO AGIR
O Estatuto da Criança e do adolescente prevê que os profissionais que lidam com crianças e jovens devem comunicar às autoridades a suspeita ou a confirmação de maus tratos. Quem se cala comete o crime de omissão. Portanto:
- Seja muito cauteloso e divida o problema apenas com a coordenação da escola ou um psicopedagogo.
- Jamais pergunte à criança se ela apanha em casa ou se alguém está abusando dela. E não questione a familia, apenas observe como se dá a relação do filho com os pais.
- Comunique a suspeita ao Conselho Tutelar de sua região.
- Fale sobre direitos humanos com os alunos e explique que tapas, puxões de orelha e xingamentos são sim, formas de violência.
Nova Escola, A revista do professor - Ed.160- pag: 16 - ano 2003
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