sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sonhos procurados e sonhos soterrados





Alguns sonhos são belos, outros poéticos, uns razoáveis, outros difíceis de serem concretizados; uns envolvem uma pessoa, outros a sociedade; uns possuem rotas claras, outros, curvas imprevisíveis; uns são rapidamente produzidos, outros precisam de anos de maturação.

Há muitos tipos de sonhos. Sonho de se apaixonar por alguém, de gerar filhos ou conquistar amigos. Sonho de fazer uma faculdade, ter uma empresa, ter sucesso financeiro para si e para ajudar os outros. Sonho de ter saúde física e psíquica, deter paz interior e de viver intensamente cada momento da vida.

Sonho de ser um cientista, um médico, um educar, um empresário, um empreendedor, um profissional que faça a diferença. Sonho de viajar pelo mundo, de pintar quadros, escrever um livro, ser útil para o próximo. Sonho de aprender um instrumento, praticar esportes, bater recordes

Muitos enterram seus sonhos nos escombros dos seus problemas (Freud, 1969). Alguns soldados nunca mais foram motivados para a vida depois que viram seus colegas morrerem em combates.

Alguns palestrantes nunca mais resgataram a sua esperança depois que tiveram um ataque de pânico em público. Alguns esportistas não conseguiram repetir sua performance depois que fizeram uma cirurgia corretiva ou foram pegos no exame antidoping. Alguns jornalistas enterraram sua criatividade depois que foram cercados por seus superiores. Alguns jovens bloquearam sua inteligência depois que tiveram péssimo desempenho nas provas e concursos.

Pessoas encantadoras obstruíram seus sonhos ao longo da vida. Mas precisamos desenterrá-los, pela superação de nossos traumas, conflitos, focos de tensão. Nossos sonhos precisam novamente respirar.

O presidente Franklin Roosevelt disse que a única coisa a temer é o medo do medo. É preciso vencer o medo evidente e principalmente o medo sutil, o medo do medo, para alcançar o voo dos sonhos.

Cury, Augusto.Nunca desista de seus sonhos,  2005. Rio de Janeiro p.118.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Acreditar e Agir

Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro agir.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos. O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.
Então o barqueiro disse ao viajante:

- Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.

- Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade agir e acreditar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

S.O.S Sala de Aula

Como detectar a
Violência Doméstica

"Como saber se um aluno é vítima de maus tratos? O que faço para garantir sua integridade física e emocional?"

Esse problema, infelizmente, é muito comum em escolas públicas e particulares. Na maioria das vezes, o agressor é alguém da familía. "A criança precisa aprender com palavras e atitudes de compreensão, não com tapas e humilhações", diz Maria Amélia Azevedo, coordenadora do Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo. Mas existem outras formas de violência. A psicólogia envolve ameaças e humilhações. A falta de carinho, de higiene e até alimentação adequada também deve ser denunciada. E a pior de todas é o abuso sexual, que deixa marcas para toda a vida.

COMO IDENTIFICAR

A criança maltratada fisicamente apresenta:
  • Manchas roxas pelo corpo (desconfie de manchas nos olhos, na boca, nas nádegas, nos orgãos genitais ou no peito)
  • Queimaduras no rosto, nos braços, não mãos, nas nádegas, nas plantas dos pés, causadas por cigarro, água ou óleo fervente;
  • Feridas na boca, nos labios e nos olhos e ainda o desenho caracteristico de uma dentada de adulto na pele.
A criança que sofre violência emocional pode:
  • Ter problemas para brincar com os colegas;
  • Ter medos exagerados;
  • Sentir-se muito triste;
  • Afastar-se das pessoas;
  • Apresentar atitudes autodestrutivas;
  • Apresentar baixo rendimento escolar.
COMO AGIR

 O Estatuto da Criança e do adolescente prevê que os profissionais que lidam com crianças e jovens devem comunicar às autoridades a suspeita ou a confirmação de maus tratos. Quem se cala comete o crime de omissão. Portanto:
  • Seja muito cauteloso e divida o problema apenas com a coordenação da escola ou um psicopedagogo.
  • Jamais pergunte à criança se ela apanha em casa ou se alguém está abusando dela. E não questione a familia, apenas observe como se dá a relação do filho com os pais.
  • Comunique a suspeita ao Conselho Tutelar de sua região.
  • Fale sobre direitos humanos com os alunos e explique que tapas, puxões de orelha e xingamentos são sim, formas de violência.
Nova Escola, A revista do professor - Ed.160- pag: 16 - ano 2003